
Rua Santo António
A Rua de Santo António, localizada no chamado Bairro das Travessas junto à Sé de Braga num "bairro" constituído por travessas longas e em que também se integra, a Rua das Chagas, a Rua de Dom Gualdim, entre outras. Esta Rua teve nome de Santo António, o nome de Judiaria Velha por nela se encontrar o espaço onde apenas os membros da comunidade judaica da cidade sendo que nesta altura a rua seria fechada nas suas extremidades por portões cujo propósito era para além de garantir a separação, proteger os judeus durante a noite de ataques antissemitas. De qualquer forma, a comunidade judaica de Braga era bastante reduzida daí que coubesse toda numa Rua tão pequena como a de Santo António. Já o epitefo de "Velha" tem que ver com o facto de a comunidade judaica ter sido conduzida para a atual Rua Dom Gonçalo Pereira que à altura se passou a chamar de Judiaria Nova, uma rua ainda mais pequena mas localizada mais perto da Sé onde os judeus poderiam beneficiar mais proximamente da proteção do Arcebispo.
Esta Rua de Santo António de orientação Norte-Sul, ainda mantém muitos dos edifícios que ostentava no ano de 1750 no Mapa das Ruas de Braga se bem que alguns estão bastante arruinados, só se mantendo as fachadas, não sendo esta rua uma das principais beneficiárias do investimento no turismo que muito renovou o Centro Histórico da cidade das últimas décadas.


Assim, na vertente nascente da Rua de Sul para Norte podemos ver um primeiro edifício bastante simples e um segundo que aparenta ruína, se bem que estes foram já no fim do século XVIII, início de XIX reconstruídos e ampliados sendo provavelmente requalificados pela família dos Cunhas chamados das Travessas que aí viviam. Já os seguintes edifícios desta vertente mantêm grosso modo a mesma traça tirando na parte final do Rossio de Santo António (pequena praça no início da rua) cujos edifícios são hoje em dia mais altos apesar de manterem a mesma simplicidade.
Na vertente Poente da Rua de Norte para Sul, podemos ver três edifícios que hoje mantêm a mesma traça apesar de serem ligeiramente mais sumptuosos que o que se vê no Mapa das Ruas de Braga de 1750. Surge de seguida um palacete lindíssimo do século XVI com duas torres que é o ex-libris da Rua e que por ter um casulo com uma imagem quinhentista de Santo António, deu o nome à rua.


Este edíficio foi construído sobre as ruínas da antiga sinagoga numa espécie de limpeza e desrespeito pelo passado judaico da mesma. Nesta casa viveu o opulento e influente Cónego João de Meira Carrilho.
Quanto aos restantes edifícios da rua, este mantêm praticamente a mesma traça, estando hoje em dia bastante mais bem conservados que os da vertente Nascente.